SOM DA TRIBO 95.7

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terça-feira, 4 de dezembro de 2012

VIAJANDO
O ninho do corvo

... Corvo negro e enorme que estava atrás de nós. Ele abriu suas asas, e delas uma forte luz era distribuída por um longo pedaço do caminho. A mulher começou a se debater com toda aquela luz, então ela pegou em nossos braços e começou à nos puxar. Quanto mais ela nos puxava, mais forte a luz brilhava, até que a mulher ficou sem forças e desmaiou caindo no chão. Corremos em direção ao corvo, e quando nós entramos em suas asas, ele as fechou e vôou conosco para bem longe dali.
Ali no alto, voando, estavamos em trânsi. Depois de um longo tempo voando, chegamos um lugar que era bem longe do chão. Estavamos no ninho do corvo. Ele cuidadosamente, aterrissou conosco, e começou a nos observar. Segundos depois ele disse que estava feliz em ter conseguido nos salvar. Eu não sabia se estava sonhando, um corvo realmente estava falando conosco.
O corvo era muito gentíl, nos ofereceu chá com biscoitos para acalmar os nervos. Enquanto comiamos, tudo ainda estava muito escuro. Pedi para que ele explicasse oquê estava acontecendo.
Se eu não tivesse testemunhado tudo oque havia acontecido neste dia, não acreditaria em nenhuma palavra do corvo. Ele começou a nos explicar tudo, a história em nada parecia real. Ele nos contou que aquele vilarejo guardava um grande segredo. Ficamos logo curiosas. 
Como eu já havia notado, os moradores do vilarejo eram sempre os mesmos, pessoas de fora só passavam por lá para visitar, mas nunca para morar. Aquela terra fertíl  que estava por baixo de tudo naquele lugar, era a chave para o mistério. Para alimentar a terra vermelha, quando um adulto morria, o corpo era enterrado direto na terra, sem o uso de caixão. O sangue dos mortos alimentavam os "espiritos" , que como bom grado, fazia com que o lugar cada vez mais ficasse produtivo. Essa era a parte da história que ainda podia ser aceitada, mas quando o corvo nos contou que a cada quatro meses um recém nascido era escolhido para servir de oferenda para a terra, aquela informação nos deixou abalada. A criança que era escolhida, passava por um ritual, mais que perturbador. A sua garganta era cortada por uma adaga pontiaguda pela sua própria mãe, e o seu jovem sangue derramado sobre as raízes de um limoeiro que habitava as roças de café. O limoeiro aparecia toda noite, mas em ocasiões, digamos especiais, ele aparecia durante o dia, como fez para nós. Então, o vermelho que aquela terra exalava realmente era reforçado, pelo sangue dos mortos e inocentes. Hà várias gerações, os moradores guardavam esse obscuro segredo. Mas aquela maldição, de certa forma estava consumindo aquele lugar, pois eles só prosperavam de forma financeira. Aqueles homens e mulheres do campo, ainda carregavam a culpa de vários assassinatos e para sempre estariam presos ao pesado fardo da culpa.
No fim do vilarejo, no topo de uma colina, que de tão alta chegava a tocar as núvens. Havia uma pequena cabana de paredes e portas vermelhas. Lá naquela cabana, habitava o ser que se alimentava de todo o sangue. Para conseguirmos voltar para casa , só tinha um jeito. Ir até a cabana e matar este tão ser. Nós perguntamos ao corvo, por que ele não podia o matar então, ele explicou que era difícil de dizer, mas ele também era uma criatura que  vivia na escuridão, só que depois de viver tantos anos nas trevas , preferia morrer, a continuar uma eternidade se alimentando da morte dos outros. Nada daquele mundo podia destruir o monstro , pois tudo que tinha naquele obscuro plano, possuía à ele. No meio da história, o corvo virou os olhos em direção as estacas e a rede que levavamos conosco. Ele disse que aquelas seriam as armas que usariamos.
Quando entrássemos na casa, oque viriamos era o limoeiro, mas no momento em que ele nos visse, revelaria sua verdadeira face. Era importante ficar o maxímo de tempo escondidas, assim, a possibilidade de vitória aumentaria ainda mais.
Estava decidido, iamos realmente até a cabana. Levando conosco nossas armas, e a coragem, que no momento se tornara a arma mais poderosa de todas...

IARA BLUES ROSE

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