VIAJANDO
A descoberta
Hà alguns anos atrás, como de costume, eu viajei para um pequeno vilarejo com o intuito de visitar uns parentes meus. A caminho de lá, o que se via era poucas casas. O lugar era tingido quase que completamente pelo verde fortemente escurecido que as árvores das florestas dali exalavam, o céu era de um azul celeste e a terra avermelhada como se a cada momento a sua cor ficasse mais viva.
O casebre onde eu residi aqueles dias, era antigo e se encaixava perfeitamente com o estilo das fazendas de café que por todo lado o rodiavam.
No primeiro dia de estádia, eu e minha prima preenchemos nosso tempo com uma longa caminhada pela roça de café que ficava logo atrás da nossa casa. O que se via lá eram ruas inteiras de pés de café, e a cada início e fim das ruas, um pé de bananeira. O quê me chamou realmente a atenção naquele lugar, foi o fato de todas as ruas serem muito parecidas, e como em um labirinto, facílmente era possível de se perder.
De longe, ouvimos minha tia anunciar que o almoço já estava pronto, então voltamos para casa planejando o que fazer no dia seguinte.
O dia já amanhecia, enquanto um pouco de luz entrava por um espaço na janela do quarto, me espreguicei e chamei minha prima. Levantamos e até a hora do almoço não fizemos nada, pois estavamos guardando forças para à tarde, já que tinhamos planejado armar uma rede de vôlei na roça de café.
Como combinamos, logo depois do almoço, fomos para a roça. Levamos conosco, duas estacas para serem fincadas no chão como suporte e uma rede bem grande, levamos também água e um pouco de comida, já que planejavamos ficar um bom tempo por lá.
Caminhamos pela roça à procura de um bom lugar para montar a rede. Um lugar em especial me cativou. Era o único lugar de toda a roça que podia ser distinguido dos outros, pois naquela rua de café tinha um limoeiro tão carregado que chegava a ser convidativo. Montamos a rede debaixo da sombra do anorme limoeiro, e pouco tempo depois já estavamos jogando vôlei. Depois de um bom tempo de jogo, estavamos cansadas. Nos sentamos então sobre as raízes do limoeiro para comer e descançar um pouco. Estavamos sem relógio, mais pelo tempo que ficamos lá, já era umas cinco horas da tarde. Arrumamos tudo , e viemos em direção à casa. Quando estavamos no fim daquela rua de café, olhei para trás para me despedir do limoeiro, virei o pescoço e meus olhos foram direto na direção em que ele estava, mas ele já não estava mais lá. Eu falei com a minha prima, mas ela achou que era brincadeira e continuou andando.
Depois de dez minutos de caminhada, já era para avistarmos a casa, mas olhavamos para todo lado e nada viamos além das ruas costumeiras. Depois de mais um tempo andando, começamos a cogitar a possibilidade de estarmos perdidas.
O sol já se abaixava no céu, e ainda não tinhamos chegado. E agora, por que aquilo estava acontecendo. Minha prima conhecia como a palma da mão aquela roça, não tinha como ela esquecer o caminho de volta.
Quando já estavamos nos desesperando, um vulto passou pela rua ao lado, pensamos que era alguém e então tentamos chamar sua atenção. Quanto mais gritavamos , mais a pessoa andava depressa, começamos então a correr, até conseguimos alcança-la. Paramos em sua frente, suas roupas eram feitas de um tecido grotesco e estavam todas rasgadas, no rosto, o cabelo cobria completamente os olhos de forma que não dava para enchergar coisa alguma. Começamos a explicar oquê tinha acontecido, mas nenhuma palavra era proferida da boca daquela mulher. Dava pra ver que ela estava carregando um pacote todo sujo nas mãos. Aquela atitude fria nos assustou mais ainda, e então movida por um forte impulso peguei num braço daquela mulher, mesmo por baixo do grosso pano que o cobria, dava para sentir graves feridas por todo seu comprimento. Ela puxou o braço de minhas mãos, e como se fosse descobrir seus olhos, moveu o cabelo do rosto. A sua fronte estava completamente descoberta, revelando a face do horror. Olhos enormes, com órbitas brancas que dava para se ver além, quando a mulher abriu a boca, nenhum dente tinha lá, somente uma cruz enfiada do céu da boca até o início da garganta. Estavamos assustadas, tremendo, e a mulher contonuava ali imóvel, quando derrepente ela deixou cair o embrulho que levava em mãos, começou a levantar o braço ampontando para nossa trás. Por estarmos tão abaladas, não sentimos uma presença escura, carregada aproximar-se de nós. Olhamos lentamente para trás, o coração batia num ritmo selvagem, estavamos com tanto medo do que poderiamos ver. O que estava atrás de nós era inacreditável, posso dizer,era um ....
IARA BLUES ROSE
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