SOM DA TRIBO 95.7

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sábado, 4 de fevereiro de 2012

Arriscando palavras



(Por:Laísa Duarte)
      
      Pronto.Havia me decidido.Seria aquele o momento de apostar todas as minhas fichas,de arriscar todas as minhas palavras,pois não estava disposta a sair dali sem resposta,seria ela qual fosse,e eu queria que o mundo inteiro compartilhasse aquele momento comigo,pois seria definitivo.
      Paralisei-me por alguns instantes ao me ver diante daquela platéia gigantesca e ansiosa que me causava inseguros arrepios.Olhei em cada face e percebi que estavam a espera de qualquer som que se  formasse em minha boca.Porém,nada.Foi essa a minha reação por alguns pequenos e infinitos instantes.
     Ao mesmo tempo,sentado no banco,ansioso e a corroer as unhas,estava meu adversário a me olhar.Suspendi por alguns segundos meus olhos nos seus,esses agitados e se revirando para o público que ainda estava a me esperar e a me apoiar ansiosamente.
     Dei enfim um passo mais á frente,foi minha primeira reação.E quanto mais perto eu chegava do olhar do meu competidor,mais sentia o tremor nas pernas.Sabia o que dizer,eu porém estava sem forças suficientes para desembaraçar qualquer palavra.Sabia que qualquer som que eu fizesse poderia ser a peça fundamental que manteria ou não meu alicerce inteiro,calado.
     Na segunda reação respirei profundamente,olhei para um ponto qualquer e em questão de segundos ouvi o sussurrar de garotas enquanto me observavam.Dei mais um e outro passo.Caminhei quase que por todo o palco,em silêncio,olhando o piso.Parei enfim,e olhei de frente aquela multidão de pessoas.Cantou dos meus lábios a primeira palavra,tímida e quase imperceptível,sendo um cumprimento retribuído da mesma forma.
     Nesse instante ouvia-se o aconchegar de cadeiras e o pisar de saltos se ajeitando pra ouvir o que eu tinha a dizer.Olhei então para a única pessoa que,no meio de tantas outras,me era o único alvo e motivo pelo qual eu ali estava.E ela sabia disso.Trocamos nossos olhares mais uma vez.Sentir-me desmoronando firmemente.Cassei,quase que como loucura,todos os sinais que me indicassem qualquer reciprocidade do que eu estava sentindo naquele ser que ali estava a me esperar e a me deixar mórbida.
     Gritei subitamente pelo seu nome,não houve resposta.Ele estava ali apenas para ouvir o que eu tinha a dizer.Suas manias me embebedavam.Gostava do seu jeito reservado e incerto de ser,isso fazia de mim uma eterna abestalhada em suas mãos.
     Gritei mais uma vez por seu nome.Todos me olhavam,exceto ele,que já ia longe,deixando um vazio no lugar onde esteve sentado durante todo esse curto espaço de tempo me observando.Resolvi então arriscar-me ao vê-lo afastar-se,gritando novamente pelo seu nome,dessa vez porém,acompanhado de mais algumas poucas palavras,simples e apaixonadas,mas devastadoras,pois foram mais que o suficiente para empurrá-lo de vez pra fora daquele mundo,deixando desabar sobre mim o mundo inteiro.Ele se foi...enquanto eu o amava.
    

Um comentário:

  1. Texto lindo, você escreve muito bem, deixa aquele " ar de quero mais ", é uma leitura gostosa, calma, tranquila, igual a um livro onde você se pergunta: o que vai acontecer. Parabéns, ótimo texto e devido a seu pedido, sim estou seguindo o blog, continue assim, pois terás um grande futuro.

    Abraço,
    Fernando H. Alves

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